2. Alice no país das maravilhas
Era uma vez um coelho branco que foi à Assembleia da República porque estava atrasado para o Muito Bom.
Desde sempre que tinha ambicionado tomar o Muito Bom, mas nunca o tinha conseguido. Só depois de encontrar o chapeleiro é que soube como o tomar...
Tinha de aparecer na televisão durante uns meses, fazer uns erros grosseiros e lá conseguiria tomar o Muito Bom.
Alguns outros coelhos brancos, cigarras e formigas trabalhadoras disseram-lhe que não era assim...
Os outros coelhos brancos, quase em extinção, disseram-lhe: Olha lá... não é assim... tens só de deixar passar o tempo, fazer uns errozitos (mais do que normais, mas menos do que grosseiros) e o Rei de Copas deixa-te tomar o Muito Bom.
As cigarras disseram... não faças nada... ele vem-te ter ao colo...
As formigas disseram... Muito Bom? o que é isso? eu que trabalho tomo sempre um Bom com Distinção porque não tenho tempo para fazer sentenças de quilómetro e estou mais preocupada em resolver os problemas das pessoas do que em dissertar sobre questões metafísicas que ninguém entende e que, também, a ninguém interessam, tirando a pseudo-iluminados.
Mas o coelho branco lá correu com o relógio na mão... e lá encontrou a toca.
O Rei de Copas teve então de ouvir o coelho branco, avaliar o chá e dar-lhe o Muito Bom.
Mas a Alice ficou triste... Afinal ela era uma criança e nunca ninguém lhe tinha dito que o Muito Bom estava reservado para coelhos brancos e para cigarras...
Bem pelo contrário... a sua inocência juvenil, a sua pureza, os seus valores sempre a tinham levado a prezar as formigas...
E a Alice disse: E que tal suspender o Muito Bom até vermos se a formiga que descobriu o coelho branco tinha ou não tinha razão.
Mas logo uma personagem bipolar meio Rainha de Copas meio Duquesa veio dizer:
Eu não quero saber se foi ou não a Alice a pedir a suspensão do Muito Bom... Para mim foram os extra-terrestres...
Acho muito mal que formigas avaliem coelhos brancos... Isso só o Rei de Copas pode fazer... Até porque só ele tem o relógio.
E já agora... Adoro o Mário Nogueira... quando crescer quero ser como ele.
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